09/09/2011

Produção convergente


A moda agora é falar em convergência de mídias, integração entre as plataformas e tal. Contudo, quem sabe produzir assim? É uma dádiva conseguir permear entre produção audiovisual e escrita. As formas de narrativa não se complementam, pelo contrário, elas competem entre si.
Escrever uma matéria e, em seguida, incorporar um áudio ou vídeo é muito simples. Por outro lado, esse foi um trabalho verdadeiramente convergente? Os conteúdos por muitas vezes são os mesmos e o visitante apenas acessa o que lhe convém. Aumentaram os acessos? Claro.
Os backpack journalists estão em ascensão, mas meu sonho é ver uma rede de produção e distribuição de informações independente dos mass media. Acredito que deve haver uma relação de complementação entre as plataformas na criação do sentido da reportagem. Os infográficos, fotos e vídeos devem corroborar com a produção de conteúdo e não se tornarem outra possibilidade de o visitante tomar conhecimento da notícia.
Não critico aqui as formas digitas de captação. Essas sim evoluíram, e muito. Todavia, criar essa interação entre os canais é um trabalho árduo que poucos conseguem fazer. O motivo talvez seja a falta de prática. Professores universitários aprendem e inserem novas técnicas lentamente, além do fato de muitos deles verem a produção 2.0 como nada além de jornalismo marrom.
Entendo que está havendo uma lenta migração das diferentes plataformas para a internet. Estamos evoluindo, experimentando novas possibilidades. Leia o artigo da Coordenadora do Laboratório, Lorena Tárcia, abordando algumas das experiências que fizemos

05/09/2011

Como implantar mídias sociais em uma assessoria?



https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg_qdM-n4X6qjFRMTPRciLtPkcM6htWRU9zrsGvZXt3KR0aqE_vdGZ7wgtWsEJ6An0vTefFKJvLoTBCvweQcTYCKJQD2QzG7KGSPQYZ600jjvJfod4ZGMcLBSLbwh6KdsG98WxIg-ttiN4/s1600/we20-midia-social1.jpg
Fato. Todo jornalista com menos de 25 anos passa pelo menos seis horas diárias na web. Podemos supor que metade desse tempo é gasto nas mídias sociais.  Contudo, no ambiente de trabalho, foi criada uma predisposição negativa quando o assunto é a liberação do acesso do setor de comunicação a essas redes. Tudo culpa do Orkut.
É fato que há quem gaste horas preciosas de trabalho batendo papo, namorando e vendo fotos. Mas também não é prudente ignorar a internet e o canal de publicidade gratuito e de longo alcance que ela é.
Há duas maneiras de convencer seu chefe de que não se está querendo fugir dos clippings e follow-ups. A primeira e menos aconselhável é fazer tudo para depois apresentar os resultados. Se tudo correr bem, ótimo. Você vai surpreender seus superiores e, além disso, ganha uma ferramenta aprazível de se trabalhar. Mas se der errado... Vai perder uma grande chance de inovar porque foi precipitado.
A segunda opção é pesquisar e planejar. É, vai levar mais tempo, você vai se perguntar por que estruturar tanto uma forma de comunicação tão dinâmica, mas é a postura mais adequada. Busque referências em outras empresas (concorrentes diretos, se possível), veja o que eles estão fazendo e o que você pode fazer melhor (nunca aplique uma ferramenta para seguir a concorrência, extraia o máximo de cada mídia). Veja também o uso que órgãos de renome e/ou oficiais estão fazendo de cada site.
Faça uma projeção de expectativa de fãs, seguidores, respostas e do tipo de ação a ser realizada. Sugestão: responda sempre. Se quiser abrir um canal de interação, interaja. Mídias sociais não foram feitas somente para divulgação de links. Jamais crie algo que não interessa à sua empresa e que, em poucos meses, será deixado de lado. Se não consegue produzir para o site, não crie perfis no Twitter, Facebook, YouTube, Flickr, entre outros.
Um alerta: essas redes são ferramentas de TRABALHO, para comunicação com clientes. Muito cuidado com a gramática e na forma com a qual você responde. Erros de português são imperdoáveis, principalmente quando vem de um espaço oficial da empresa.

03/09/2011

Expocom Recife - primeiras impressões


Depois de quase uma hora de fila para o check-in em Belo Horizonte e mais de três horas e meia de um voo razoavelmente tranquilo desembarcamos (Letícia Barros, Jenniffer Lamounier e eu) em Recife, no Pernambuco. A estrutura do Aeroporto Internacional dos Guararapes é invejável. Com arquitetura semelhante à de de um shopping center, reserva espaço para os murais e quadros encantadores. Ficamos mais de uma hora filmando e fotografando por lá. Veja aqui a galeria de fotos.

Para quem vive em BH, o ar úmido é facilmente notado. Uma simples caminhada no calçadão e camarão com catupity no almoço bastam para fazer com que a viagem valha a pena. Amanhã é, no entanto, dia de dedicação total às nossas apresentações. O Boca da Moda, a Cabine Berenice e o Future Champions são os nossos candidatos no Expocom.


Assista ao vídeo da chegada de nossa equipe

30/08/2011

E quando o estagiário vira assessor?

Aviso aos estagiários: você faz clippings, notinhas, atualiza sites e acha que trabalha demais? Saiba que sempre tem um assessor que serve de escudo e filtra 90% das demandas de uma organização.

Eu sei que quase todo estagiário é infeliz em uma comunicação. Confesso, também fui assim. Quantas vezes já fui demitido e saí ralhando com meu patrão.  É sempre desse jeito:, ou seu chefe é muito educado e se mata de trabalhar por você, ou você vai embora sem saber o por quê. E a culpa é de quem?
http://dialog.blog.br/wp-content/uploads/2010/08/estagiario_faz_tudo-293x300.jpgDe todos e de ninguém. As assessorias funcionam de maneira quase simbiótica com o seu responsável. O profissional deve integrar-se a essa dinâmica, o que é muito mais complicado para um estudante sem experiência e que está constantemente recebendo uma chuva de informações na vida acadêmica.

Não se trata de uma crítica à assessoria. Pelo contrário, é o aceite de que a comunicação organizacional é muito mais complexa que o trabalho de um repórter (não, não quero causar polêmica). O estágio “no outro lado da notícia” ensina o estudante a conhecer um pouco mais sobre a gestão da informação e aprender a lidar com os informativos oficiais de uma empresa.

A realidade aponta que muitos assessores de sucesso abominavam a comunicação organizacional. Quem quer abandonar o discurso para multidões e começar a produzir jornais murais? Essa visão distorcida é um prato cheio de boas vagas para quem vê a comunicação como um todo.
Na assessoria, o profissional é multifacetado, lida com o atendimento à imprensa, visitas orientadas, gestão, organização empresarial, publicidade, relações públicas e produção multimídia. Ótimo para quem gosta de aprender a fazer um pouco de tudo, não é?
E o que fazer para chegar a ser um assessor? Bom, honestamente, na maioria das vezes o estágio não passa de um período de muita aprendizagem. Contudo, quando o relacionamento entre profissional e instituição se estreita, há boas possibilidades de crescimento até mesmo para os estudantes.
É preciso coragem para assumir responsabilidades, respeitar a hierarquia, mantendo a consciência de que, por menor que seja o cargo, o estagiário não é contratado apenas para ocupar espaço. Ele tem uma posição de atendimento às necessidades e, como estudante, deve colaborar no desenvolvimento e na apresentação de inovações na empresa para a qual trabalha. Porém, todo o seu sucesso obviamente depende da liberdade que a organização te dá.

26/08/2011

O Encouraçado Potemkin (1925)

O cinema tem, antes de tudo, uma função social. Sergei Eisenstein consegui retratar com primazia a Rússia nos anos iniciais da revolução que transformou a estrutura sócio-política do país. 

A história apresenta o a segregação por classes do período dos tzares em contraponto às péssimas condições de trabalho e vida da população. Odessa serviu como recorte para o relato de Eisenstein.


24/08/2011

Burton e a tecnologia




Tecnologia faz bem. É incrível ir ao cinema e assistir espetáculos de primazia técnica e efeitos tão realistas que nos fazem acreditar que a realidade é que é galhofa. Porém, nem todos os realizadores lidam bem com todos esses aparatos.

Tim Burton sempre foi um dos meus diretores preferidos. Admiro seu apreço pela direção de arte, maquiagem e composição cenográfica. Porém, me parece que ele fica tão encantando com o mundo de possibilidades que esquecer de desenvolver a trama. A cada dia seu trabalho tem se perdido em cenas lindamente realizadas sem o romance gótico do ser californiano. O curta Frankenweenie é um exemplo de sua simplicidade encantadora.



Acho que muitos ficaram órfãos do Burton cativante de Edward Mãos-de-Tesoura e do dark de Vincent. Por mais obscuras que fossem suas histórias, havia paixão e um trabalho manual e delicado, sem deixar a narrativa de lado.

23/08/2011


A Distopia de Lang


Qualquer jovem com mais de quinze anos pode não saber o que é uma distopia, mas com certeza já viu e a compreende muito bem, seja nos cinemas ou nos quadrinhos. Alan Moore já mostro bem do que se trata em V de Vingança e, recentemente, vimos o piloto da série brasileira 3porcento.

Sistemas autocráticos com sociedades idealizadas não são, contudo, uma narrativa recente. Kubrick adaptou a obra "Laranja Mecânica", de Anthony Burgess em 1972. "1984", de George Orwell, e "Admirável Mundo Novo", de Aldous Huxley também simbolizam sociedades futuristas cujas utopias de uma organização cultural e desenvolvimento são suplantadas. Conceitos simples e, teoricamente, acessíveis a todos são estatizados.

Quando não há seres mais feliz que a massa, essa busca pela realização pessoal torna-se um ato criminoso. Fritz Lang retratou bem, em Metrópolis (1927), a perda da humanidade dos empregados e como qualquer líder carismático pode direcionar as ações de uma população, seja para o bem ou para o mal.

14/07/2011

Monografia centenária

Sem mais...

O PÁRIA SOCIAL NO CINEMA - CAIO HENRIQUE ARAUJO SALGADO

10/07/2011

A Prática da Convergência no Jornalismo Esportivo

Em maio desse ano tive a grande oportunidade de apresentar um primoroso trabalho de cobertura convergente. O artigo “A Prática da Convergência no Jornalismo Esportivo: Cobertura Multimídia do Future Champions 2010” foi premiado no XVI Congresso de Ciências da Comunicação – 2011, na categoria Jornalismo Digital.

O Torneio "Future Champions" foi acompanhado por mais de trinta estudantes que realizaram um trabalho genuinamente multimídia e interdisciplinar. Veja abaixo os slides e o paper.


Paper Future Champions Final

05/07/2011

Aos que venceram comigo


O que dizer de uma vitória? Tirar 100 pontos em uma monografia, num trabalho que demandou quase um ano de minha vida, é uma alegria estarrecedora. Sem sombra de dúvidas, essa conquista não é só minha. Serei eternamente grato a todos os amigos que acompanharam e perdoara meu stress nessa jornada. E esses amigos sabem quem são. Não quero citar nomes e correr o risco de ser injusto.

Um curso universitário pode não valer nada, pode ser irrelevante do ponto de vista legal. Não obstante, poder falar que venci, apesar de todos os pesares, de todas as brigas e perrengues que quase me impediram de continuar no curso, é uma resposta aos que duvidaram, que não me acharam capaz, ou que disseram que eu não tinha o perfil para essa profissão.

Contudo, este post não é para jogar nada na cara de ninguém. Além dos amigos, agradeço, e muito, aos mestres e  aos patrões, que me deram chances de criar, errar, acertar e aprender aos poucos. Vocês são os responsáveis por isso.

A única coisa da qual tenho certeza a partir de agora é que faria tudo de novo com um sorriso no rosto.

02/07/2011

Three Days

Depois de muita luta, muito dinheiro gasto e muito sofrimento, eis que surge a reta finalíssima. A tão temida banca de monografia se aproxima. Em três dias, o trabalho mais importante da minha vida será avaliado.

Tá, não é esse terror todo. Foi um processo até tranquilo. Contudo, embora eu saiba que as chances de uma reprovação são mínimas, o frio na barriga é inevitável. 

Todo cuidado é pouco.