08/01/2011

Fantasia e guerra

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É possivel fazer um filme de guerra sem apresentar batalhas gigantescas, soldados mortos, pernas decepadas, navios e aviões gigantescos; como Steven Spielberg fez em O Resgate do Soldado Ryan? É possível apresentar apenas o contexto cultural, uma história de amor ou de fantasia durante a guerra? É viável mostrar os efeitos da guerra em pessoas comuns e como a as batalhas não são lutadas apenas por exércitos?

Michael Curtiz provou, lá em 1942, que é possível sim transformar a guerra em pano de fundo para histórias de amor. No máximo, Casablanca apresentou questões políticas da Segunda Guerra Mundial. Ou apenas porque o  filme foi feito durante o litígio, tem que apresentar a superação de um exército, de lutas por causas perdidas?

Gullermo del Toro colocou a fantasia, de uma maneira um tanto quanto sombria, e adulta. Uma história que apresenta fadas, fanos, monstros e magia de uma forma nada piegas, muito bem incorporada ao mundo real. Essa fusão é bem feita graças ao impressionante trabalho de maquiagem e efeitos especiais de O Labirinto do Fauno. A música completa a união entre o real e o imaginário, numa ambiguidade entre a tranquilidade das cantigas de ninar e a obscuridade e agressividade do mundo real.


Se as técnicas de direção não surpreendem, o encantamento é inevitável,e  a tradução do roteiro é simples e bem feita. A película foge à mesmice. Contando a história da menina Ofelia, enteada de um general Franquista, este último, que com o auxílio de Hitler e Mussolini, instaurou o fascismo na Espanha.

Interessante notar como até mesmo os não envolvidos diretamente são afetados, e como a guerra não é feita apenas de batalhas e judeus se escondendo. Quem sou eu para criticar, mas é importante que surjam novos diretores, no caso, do México, para descentralizar um pouco a concepção hollywoodiana de fazer cinema. E provar que não é por falta de qualidade técnica que o cinema daqui não chega aos grandes centros mundiais.

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