O maior desafio ao assistir o filme em questão é captar de qual gênero ele pertence. Florian Henckel von Donnersmarck (de A Vida dos Outros) usa drágeas de vários clichês do cinema de Hollywood para tentar construir uma história. Contudo, a narrativa preguiçosa de seu romance-comédia-policial não chega a lugar nenhum.
O que mais espanta é que esse "trabalho" é um remake do francês Anthony Zimmer - A Caçada. É realmente muito complicado aprimorar um roteiro, mesmo que com uma história batida, e fazer Angelina Jolie e Johnny Depp trabalharem? O que vi em O Turista é uma falsa inglesa que se deixa enganar pelo primeiro Don Juan que aparece. No caso, uma versão do Jack Sparrow, repaginado para o século XXI. A química entre o par romântico é risível e as cenas de ação... Oops... não existem cenas de ação. O que vi foi um assassinato com fita métrica e uma pseudo fuga de lanchas pelas ruas de Veneza.
Veneza sequer pôde ser apreciada pelos espectadores. Os closes valorizaram Jolie e Depp em detrimento da cidade. Seria mais viável produzir esse roteiro em Los Angeles, cortaria gastos e incompatibilidade de agendas. Certamente, O Turista é um sucesso de público, mas se a trama fosse tratada com mais carinho, poderia até merecer as indicações que recebeu ao Globo de Ouro.
Torçamos para que o Jack Sparrow funcione no quarto filme da franquia Piratas do Caribe e que a nova parceria Depp/Burton seja um retorno aos áureos tempos de Edward Mãos de Tesoura.
Nenhum comentário:
Postar um comentário