12/02/2011

Labirintos

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Christopher Nolan, are you watching closely? Já vi seus protagonistas viúvos, com amnésia, cheios de manias. Seus personagens sempre foram marcantes e com fortes vínculos no passado. Duvido muito que Leonard Shelby abdicaria do trono de protagonista pelo bem da humanidade. Confesso que você me confundiu várias vezes. Fez mágica, colocou Einstein à prova e mudou o rumo do tempo, mostrou várias vezes a verdade, que seus espectadores teimam em esquecer. Admiro sua dinâmica. Tive noites insones tentando desvendar seus truques, seus cortes, sua direção.

Contudo, Nolan, seus devaneios sempre se embasaram em elementos simples. Foi você mesmo quem disse que implantar uma idéia em um subconsciente é um processo muito complexo, portanto, a idéia deve ser simples. Por exemplo: é fácil perceber a duplicidade no alterego Wayne/Batman, ou na dupla inseto/algoz de Doodlebug. Você não conseguiu se aproveitar tão bem assim da subjetividade em A Origem, tanto que nem o detetive Will Dormer saberia distinguir o que é fato e que é mera invenção do seu subconsciente.

Don Cobb (Leonardo DiCaprio) é um ladrão, especialista em invadir sonhos e extrair segredos dos indivíduos. Procurado em vários países, ele vê uma chance de voltar para casa, basta realizar uma última missão: implantar uma idéia na mente do empresário Robert Fisher (Cillian Murphy). Porém, o subconsciente de Cobb é inconstante e a memória de sua esposa, Mal (Marion Cotillard) podem comprometer as mentes de todos os envolvidos.

https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhJcw90wPJSAs5z9JGYBRm85eCpOBTF4dYVJ-mRDk60izLToVwtJj5RYvvODsYuecpvvEk1swe-2AbnEFPB7JvDUDGSf2DKi4Cc6sOodZA9CaAikRYrqDsGHQBUBMX4Dms7GaescYjFbKpX/s1600/A_origem_6.jpgChristopher Nolan é um dos grandes diretores modernos, e seus filmes sempre apresentam inovações tecnológicas e de filmagem. Todavia, O Grande Truque e A Origem pareceram produções intermediárias frente a seus demais trabalhos, projetos-teste para a franquia do Batman. O texto de Nolan, contudo, abrange uma temática muito complexa, com tanta profundidade que parece ter ele mesmo se perdido no limbo. O roteiro apresenta uma história espetacular, que sempre busquei nos filmes, mas faltou complexidade no psicológico de cada personagem.

Os labirintos desenvolvidos pelos arquitetos, como é o caso de Ariadne (Ellen Page) são tão complexos e gigantescos que perdem, até mesmo, aquela percepção mais simples e sombria dos sonhos. A direção de arte se preocupou tanto nos elementos visuais, que ignorou a composição psicológica e a participação de elementos do subconsciente dos demais personagens. Mal é o único ser que interfere na história, será que nenhum outro personagem tem medos, preocupações e monstros em seus sonhos? Nolan perde tempo explicando e trafegando entre os diferentes níveis de sonhos e não desenvolve motivações concretas, tornando as relações emotivas fracas e forçadas pela dinâmica do filme.

O dinamismo que sempre elogiei no trabalho do diretor não poderia ser utilizado dessa maneira em A Origem, a narrativa precisava de mais tempo para ser desenvolvida. Talvez se a história começasse com o relacionamento entre Cobb e Mal, seria mais interessante, permitiria o suspense e reviravoltas na trama, além de uma atuação mais emocional. As locações deveriam ter sido melhor apresentadas, o espectador não tem que se sentir preso em um labirinto. As relações são dicotômicas, todas as necessidades e ferramentas funcionam quase perfeitamente em contraponto com a instabilidade dos sonhos. A relação e separação do subconsciente é muito clara, atém mesmo entre os viajantes menos experientes.

A trilha de Hans Zimmer é brilhante, colabora na relação tempo-espaço, o melhor elemento do filme. Os efeitos são multo bem aplicados nessa relação. Toda a parte técnica do filme é impressionante.

Nolan parece ter tentado mostrar os sonhos como eles são, mas primou pela perfeição, e se perdeu no meio de tanta complexidade.



2 comentários:

  1. Leonardo di Caprio voltou com tudo neste filme,ótima atuação,excelente filme.E o que dizer dos efeitos especiais? Show!

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  2. tbém achei muito legal, que dera se isso fosse possivel, vc manipular o que vc sonha! ja pensou?!

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